A temática da produção dos espaços urbanos estruturados em redes urbanas tem abundante produção acadêmica, sob diversos matizes teóricos e construções de métodos, com significativas variações no tempo e no espaço, havendo publicações consagradas desde os anos de 1920 até os dias atuais. Partindo da compreensão de que as redes urbanas representam, reforçam e apóiam as divisões territoriais do trabalho em diferentes escalas geográficas e delas resultam, vem adquirindo destaque, historicamente, o estudo das cidades que desempenham papéis de nós que permitem as intermediações no território, por parte dos agentes sociais e econômicos, Esta tradição de pesquisa recebeu uma distinta sistematização com a formulação da Teoria das Localidades Centrais de Walter Christaller, passando por estudos expressivos de Brian Berry, nos Estados Unidos e de Michel Rochefort, na França. Mais recentemente, Roberto Camagni e outros pesquisadores buscam oferecer perspectivas sobre o tema, atualizadas à luz das mudanças decorrentes da intensificação da mundialização, reforçando o olhar crítico sobre processos e dinâmicas que redefinem a geometria destas redes. Percebe-se forte relação entre a elaboração teórica, o aporte de método e as metodologias empregadas, segundo diferentes formações socioespaciais. Com isso, tendo em vista as importantes transformações no sistema de acumulação do modo capitalista de produção, bem como o aparato técnico-científico-informacional (com destaque para a infraestrutura implantada no território), há que se refletir sobre as mudanças dos aspectos empíricos e teóricos das redes urbanas e os papéis desempenhados pelas cidades médias, como nós de intermediação das relações sociais e econômicas. Com a proposição deste grupo de trabalho para o Simpurb 2017, deseja-se aprofundar o debate teórico-conceitual para apoiar a leitura da dimensão empírica em sua indissociável abordagem de método. Como refletir sobre as cidades médias numa eventual teoria das redes urbanas para o Século XXI? Quais conceitos poderiam ser propostos para embasamento teórico da análise? Quais práticas metodológicas estariam correlacionadas a estes instrumentos teóricos? Como avançar das noções em uso para conceitos articulados a teorias?